2018-09-13 16:25:30
A quarta edição do Festival Literário de Ovar arranca esta quinta-feira e até domingo propõe diversas iniciativas com cerca de 40 escritores e ilustradores, entre os quais Rodrigo Guedes de Carvalho, Álvaro Laborinho Lúcio e Jacinto Lucas Pires.
Promovido pela Câmara Municipal de Ovar, o evento decorre no Jardim do Cáster e integra venda de livros, painéis de discussão, espaços para interpretação de poesia, leitura de contos, workshops de ilustração, sessões de autógrafos e vários momentos de conversa entre escritores e leitores.
"Temos apostado numa programação cultural dinâmica, arrojada e diferenciadora, que se ajuste a vários e diversificados públicos", declarou à Lusa o presidente da autarquia, Salvador Malheiro.
Segundo o autarca, “o Festival Literário de Ovar foi criado para promover o livro e a literatura num ambiente descontraído e informal, como tem sido imagem de marca do evento, mas, mais do que incentivar a leitura e revelar novos livros e escritores”, o evento dá “a conhecer novos temas e debates, diferentes opiniões e novas visões".
A coordenação do festival cabe ao escritor Carlos Nuno Granja, que o descreve como um certame "com cariz alternativo no panorama nacional dos eventos literários".
"O seu ambiente informal e envolvente descontraído facilitam um convívio mais generalizado, de grande proximidade entre os escritores e os leitores", disse, acrescentando que esta proximidade ajuda a afirmar "a importância da literacia na construção de uma identidade e do pensamento livre em constante reflexão, algo que só os livros podem conceder".
O programa da edição de 2018 do Festival Literário de Ovar inclui também o que o presidente da Câmara considera "um momento especial" dedicado à história do concelho": a apresentação do Volume 4 do "Dicionário da História de Ovar", que tem autoria de Alberto Sousa Lamy e, segundo Salvador Malheiro, constitui "uma obra valiosíssima que regista e recupera memórias coletivas do povo vareiro".
Entre os autores, ilustradores e outros convidados do festival de 2018 incluem-se: Alberto Sousa Lamy, Luís Carlos Patraquim, Álvaro Laborinho Lúcio, Bruno Henriques, Jacinto Lucas Pires, Joana Bértholo, Rodrigo Magalhães, João Morales, Manuela Leitão, Miguel Borges, Carlos Nuno Granja, Fernando Pinto do Amaral, Fernanda Mira Barros, Marcelo Teixeira, Cristina Almeida Serôdio, Manuela Gonzaga, Isabel Nery, Joel Neto, João Rios, João Paulo Sousa, André Domingues, José Gardeazabal, Cristina Marques, Pedro Seromenho, Sofia Fraga, Maria João Cantinho, Filipa Martins, Raquel Gaspar Silva, Pedro Guilherme-Moreira, Rodrigo Guedes de Carvalho, Victor Oliveira Mateus, Carlos Fiolhais, Anabela Dias, Carla Anjos, Daniel Maia-Pinto Rodrigues, Aurelino Costa, Clara Haddad, Manuela Leitão, Miguel Borges, Pedro Seromenho e Sofia Fraga.
Fonte: Mag/SAPO
2018-08-29 13:46:19
Aos 19 anos o lusodescendente Zachery Ramos quer ser o mais jovem 'mayor' dos EUA. É candidato em Gustine, na Califórnia.
Zachery Ramos ainda se lembra da primeira vez que comeu um pastel de nata. Estranhou a parte queimada. Mas o pai insistiu e agora come cinco sempre que os vê. Candidato a mayor de Gustine, na Califórnia, se for eleito o lusodescendente de 19 anos será o mais jovem presidente de Câmara dos Estados Unidos. O apoio da comunidade portuguesa foi fundamental na sua campanha, diz, sublinhando que se ao início as pessoas desconfiam da sua falta de experiência, depois de falarem sobre as suas ideias para desenvolver a cidade os eleitores mudam de ideias.
Se vencer as eleições para a presidência da Câmara de Gustine será o mayor mais jovem da América. Como lidar com tamanho responsabilidade ?
Vou lidando com isso um dia de cada vez. Por vezes pode ser um pouco avassalador quando estou em campanha a falar com os eleitores ou num encontro com empresários locais e agricultores a discutir o que eles querem para a sua cidade. O que é há de melhor nisto é provar aos residentes que sim, posso ser jovem, mas consigo trabalhar duro para tomar conta dos nossos parques ou para conseguir mais apoios para os veteranos. Um dia uma senhora chegou ao pé de mim depois de um comício e disse-me que estava preocupada com a minha falta de experiência e com a minha idade, sugerindo que devia ter-me candidatado primeiro a vereador. Mas depois de me ouvir falar convidou-me para jantar e para conhecer outras pessoas sobre o que fiz e o que planeio fazer pela nossa cidade em vez de discutir assuntos que os outros querem discutir.
Porque decidiu envolver-se na política?
Decidi envolver-me porque queria fazer a diferença pela minha comunidade e sabia que esta era uma forma de o fazer.
Quais os políticos que mais o inspiram?
Os políticos que mais me inspiram são John F. Kennedy, Ronald Reagan, o marquês de Lafayette, Winston Churchill e Margaret Thatcher. Só para dar alguns exemplos. Eu sei que é um grupo de pessoas muito diverso, mas cada um deles é impressionante de uma forma particular.
O seu pai é português. O apoio da comunidade é importante na sua campanha?
Sim, o meu pai e toda a minha família paterna são portugueses. O meu avô trouxe a mulher, o meu pai e os irmãos para a América para começar uma vida melhor e dar aos filhos a hipótese de terem um futuro mais brilhante aqui nos EUA. O meu avô e o meu bisavô foram ambos militares em Portugal essa é uma das razões pelas quais o meu coração está com os militares tanto em Portugal como nos EUA. Em Gustine a comunidade portuguesa é muito carinhosa uma vez que todos se conhecem e se te conhecem é melhor estares preparado para te convidarem para ires à casa deles comer linguiça e broa. Eu sabia que o apoio da comunidade portuguesa era essencial em Gustine e temos trabalhado nesse sentido. Fui apoiado pela Califórnia Portuguese American Coalition, uma associação de políticos lusodescendentes da Califórnia que trabalham juntos para encontrar soluções para os problemas da comunidade.
O Zachery não fala português, mas até que ponto foram importantes as tradições familiares na sua infância?
Sim, eu não falo português mas a família do lado do meu pai fala sempre quando nos juntamos. Adoro as tradições portuguesas e comi muita comida portuguesa quando era criança. Quando chega a época das festas, juro que engordo cinco quilos só a comer pastéis de nata. A primeira vez que comi um, nem queria provar porque parecia queimado por cima, mas o meu pai insistiu e agora sempre que os vejo num evento, não resisto a comer uns cinco.
Conhece Portugal?
Conheço os Açores. O meu pai e o meu avô vieram de São Jorge e ainda têm terras na ilha, que planeio visitar. Conheci o primeiro-ministro António Costa quando ele esteve na Califórnia e falei com ele sobre a minha candidatura a mayor. Ele sorriu e disse-me que era muito bom ver um jovem lusodescendente envolver-se na política americana. Mantenho-me a par dos grandes acontecimentos em Portugal e tenho muitos amigos que viajam muitas vezes para os Açores. Depois das eleições planeio ir a Portugal e visitar a família que ainda lá vive.
Fonte: www.dn.pt/mundo